domingo, 1 de julho de 2012

Sal e Silêncio


Numa tela cor-de-tempo
pinto o pensamento
em traços de um sonho ténue
que ao de leve
nos tocou a pele
a minha e a dele.

Em que esquina se perdeu a noite
mansa e quente
onde maio floresceu?

O choro do vento
rasga a insónia estridente
e a lua errante inventa
sorrisos vagos
no seu rosto ausente.

O que ficou deste sol
incêndio em lábios de primavera?

A poeira de um poema
feito de sal e silêncio
e a luz frágil
quase morta
escondida no muro
onde se encosta o murmúrio
que me sufoca.

BL
07.07.10

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