Longe
de um tempo branco
comprimes
o teu corpo de cinza
contra
um céu vazio
uma
bruma a derramar formas indefinidas
de
solidão.
Dentro
de ti
paisagens
inacessíveis
a
atravessarem-te a pele.
Fechas
as pálpebras e perdes-te
em
imagens
a
procurares uma saída.
Estendes
a mão para um nome imaginário
e
julgas tocar a perfeição
[
a corroer a tua lucidez ]
O
silêncio a arder-te sobre os ombros
curvados
pelo tempo. Crepuscular e plúmbeo.
Nos
teus olhos
a
chuva a diluir um gesto de pássaro.
Ou
de árvore.
Como
se no teu sangue
enterrasses
as raízes do esquecimento.
BL
24.11.16