Partilhamos solidões. Saímos
pela neblina das manhãs
na memória dos rumos
que nos transportam ao coração do silêncio.
Entrelaçamos cidades
sentados na orla das imagens
que atravessam as raízes do ventre da casa.
Como se dobássemos o fio do tempo
para alimento das palavras
que enchem os olhos de verdade
quando sopros de saudade se encontram
face a face
por dentro.
Cercamo-nos da luz desprevenida
dos poentes
com os olhos a rasgarem
a convulsão dos longes
em que as horas vão gotejando.
BL