domingo, 29 de dezembro de 2013

A filigrana dos sonhos


Penso em ti
à distância da voz
cíclica construção de azuis
aroma perfeito
a inventar promessas
inocentemente sufocadas
por dentro das veias.
Atravesso
a misteriosa filigrana
dos sonhos e apercebo-me
da luz a demandar
infinitos fugidios.
Dir-te-ei dos pássaros indomáveis
moldados nas lembranças.
Escrevo no olhar
ausências e regressos
e, em silêncio, retomo
o invisível gesto de amadurar o tempo
que me nasce dos dedos.

BL

domingo, 8 de dezembro de 2013

... e a palavra nasce




Antever a luz
na arquitetura dos dias.

Despir as sombras, o vácuo
que adormece as veias

para atravessar o pólen extasiado
da manhã.

Ousar na pele
o toque dos pássaros

um bater de asas

a encostar o tempo
à serena cumplicidade do silêncio.

Consentir o corpo de luz
onde
leve
a palavra nasce

como seara de seda
na voz _talvez_ embaciada do olhar.

BL