Está
doente
o
poema. De pálpebras fechadas
convoca
a melancolia das nuvens
e
fala do silêncio como um refúgio.
Um
zumbido de memórias
redemoinho
interior
a
sonhar-lhe as palavras que expliquem
os
pássaros que envelhecem amarrados
à
extremidade do poente.
Dói-lhe
a palidez do tempo
que
atravessa as ruas despidas de pólen.
Na
alucinação do sol
prepara-se
para o voo da noite
ao
lugar onde as veias se fundem
na
imobilidade do olhar.
BL
21.12.16