Inventaste
um rosto para apagares
o
cansaço que alastra na noite
em
teu redor.
Nenhum
eco cresce das horas
que
acendem um mundo
fora
de ti.
Estilhaças
o tempo
em
sílabas inertes
ínfima
constelação de pontos imóveis
paredes
nuas de uma casa desabitada.
Onde
procuras a tua sombra
ou
a voz da inocência onde já não existes.
A
noite toca o teu corpo sufocado num silêncio
de
pássaros encarcerados.
E
eu escrevo o monólogo do vento.
A
evocar o teu nome
dobrado
sobre a distância imponderável
de
um opressivo deserto atravessado de medo.
BL
03.12.16
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