Num
gesto mal dormido
apoiei
na mesa o tempo da espera.
Os
teus olhos a chegarem devagar
em
dia de azul-cinza.
O
silêncio dissolvido em frases incompletas.
A
manhã atirada
contra
a expectativa dos dias.
E
os teus olhos
em
dia de azul-cinza.
Depois,
os teus passos nítidos
a
morrerem vagarosamente no vazio absurdo
que
gelava todas as coisas
que
deixavam para trás.
E
eu alheada de mim
e
os meus olhos presos deslumbrados
e
a rua a correr em sentido inverso
perdida
na neblina.
BL
03.10.16