terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Água e silêncio


Sem significado. Uma folha de papel branca

ou cinzenta

uma sombra

e um labirinto de traços vazios. Como o poema.

Como este poema. Vazio.

Tudo trémulo. As mãos. Os olhos. A voz.

A água a atravessar o silêncio.

Depois da vidraça

a rua antiga é uma

memória cheia. Luz.

E o poema

vazio.

Disse-te sim filha vai

e sê feliz.

E tu foste.



BL

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Declino me


O lápis a repousar

na distância.

Na brancura do lugar

ou na limpidez da voz.



Há palavras que se movem

nas paredes

e guardam os dias em que acreditei

no perfil eterno do mar.



Sei que não devo pensar

nas raízes da árvore antiga



ou no silêncio

do lume inteiro no inverno.



Mantenho-me à tona de mim



pronta para a floração

dos barcos que partiram



entregue à claridade mansa

que rodeia as águas que correm.



BL