É de borboletas que falo. E de azuis ziguezagueantes
num tempo de voos ardentes
e sorrisos vagabundos
que ruíram
magoados
no fogo cintilante do horizonte.
É de borboletas que falo. E de asas singelas
inconscientes
vestidas de regaços quentes
a esvoaçar para fora dos meus olhos
à procura das horas
bordadas a fio dourado de utopia.
É de borboletas que falo. E de incertezas dormentes
onde fiquei aprisionada na espera pendurada
dos gestos puros do nascer do sol
que libertassem do silêncio
a pele que esvaziei
quando me desabitei
ausência
no lado de lá do vento.
BL