terça-feira, 14 de julho de 2015

Poema de um tempo perfeito


Conseguir ainda vislumbrar nas margens

invisíveis pontos de luz. Percetíveis

no lado do silêncio. Ou presos

a um longínquo horizonte em fuga,

poente transitório a afundar-se na memória.



Agora que a água jorra das fontes

e que há girassóis a florirem em janeiro,

revivo praias sem fim,

a insistir num azul intemporal perto do rosto.



Longos anos feitos de sépia e palavras antigas

estremecem, de súbito,

à espera do tempo em que a palavra recomeça.



BL

14.07.15