sábado, 27 de agosto de 2016

Na inclinação do tempo

A pedra a decair
na inclinação do tempo.
Ao fundo da solidão uma neblina espessa
chamamento de silêncios e memórias.
Da lonjura de nomes incertos
uma rua a crescer
serena e branda
como se sonhasse margens improváveis.
Há trevos de quatro folhas
e pétalas de sílabas brancas
sobre os ponteiros do crepúsculo.
Deixo-me tocar pela ilusão da árvore de passos inquietos.
Sabe de um lugar
onde a pedra sobrevive
na soleira do esquecimento.

Tudo o resto é monólogo
é deserto
no que fica por dizer.

BL
27.08.16

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