Deslizávamos por um fio de palavras irreversíveis.
A
morte
diziam
uns.
Renegação
gritou
aquele
que
procurou refúgio no interior
do
silêncio.
Levámos
connosco a chuva de um tempo
que
permaneceu
ausente
dentro
de nós.
Vivemos
mil vidas e
longe
de um fio de palavras irreversíveis
desfiámos
as frases que ficaram por dentro dos olhos
paradas
a
olharem para trás.
O
acaso e os afetos a moldarem-nos lugares
em
barro de encantamento.
Desenrolámos
as veias do tempo
e
o verde de uma teia de luz a entrançar dedos indefiníveis
em
folhas de impressões digitais
e
moinhos de vento.
B
24.08.16
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