Escondias
nos bolsos as mãos
nuas
os
olhos presos num horizonte
a
recuar a recuar até ser
a
indefinição de um ponto.
Choviam
em teu redor folhas
em
branco
aves
caídas do vento
a
deslocar-se sobre raízes inanimadas.
Numa
intermitência das águas
caiu-te
aos pés descalços um poema
fulgurante.
Subiste-o
degrau
a degrau
e
no teu lugar de silêncio
descobriste-lhe
as linhas
esguias.
Palavras
de vidro a conterem
insignificâncias.
Uma
caixa cheia de abstrações.
E
tu
de
mãos nuas e pés descalços
no
teu lugar de silêncio
medes
os passos e escreves nomes indecifráveis
no
reverso do poema.
BL
16.11.16
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