terça-feira, 8 de outubro de 2013

Enquanto o sol não vem




E deixo a obliquidade das horas
entranhada em palavras sonhadas

para me subentender na circunscrição
dos espaços.

Passeio o olhar pelas coisas inexplicáveis
a envelhecerem no lado mais obtuso do silêncio

enquanto vejo janelas indefesas a tombarem

condicionadas pelas cinzas dos significados
irreversivelmente adiados.

Porque na queda desnuda do rosto
imprescindível de ti o gesto

a suster a voz do tempo despojado.

BL

4 comentários:

  1. E deixo a obliquidade das horas

    a suster a voz do tempo despojado.

    ...

    Dois versos de absoluta excelência
    na nostalgia de um tempo em espera

    Bjo.

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  2. ... e assim se constrói um poema

    com gestos simples

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  3. Um tempo que se esvai, como areia por entre os dedos, e as pepitas da esperança que teimam em não aparecer...

    Beijo :)

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