sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Perfis de setembro

No olhos, uma trajetória
ainda inclinada ao prolongamento da cor. Um lugar
abrigado no eixo dos pássaros, onde palavras ociosas
respiram os rituais das árvores
e transportam nos dedos a geografia de um cais.

Chegam, em linha reta, os novos perfis
de setembro, como línguas de vento
a anunciarem os primeiros contrastes
dos regressos.

Conheço a oscilação da luz e sei
que é inevitável adiar a limpidez do silêncio.
Irremediavelmente renovar as tintas disponíveis
e os gestos desdobráveis

sobre o equilíbrio volátil
de um tempo exilado
na periferia das primeiras águas.

BL

5 comentários:

  1. Estamos sempre perfilados
    Inclinados no passar de fugidio tempo
    Num lugar ao alto erguido
    Numa terra em nós lacrada

    Talvez sejam apenas rituais
    Oscilações
    Equilíbrios precários

    Talvez sejam apenas contrastes


    ______


    Tantas as vezes que me rendo à tua escrita
    extraindo profundos significantes
    reconstruindo-os em verso
    (que comigo levo)

    Muito belo
    Inquestionável qualidade

    Bjo.

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  2. revelação, limpidez, equilíbrio, as palavras que abrem as portas a este belo poema.

    Um beijo

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  3. Venho agradecer seu registo em meu blogue. Parece que o seu não tem
    registo de seguidores.Gosto muito de poesia, mas não a sei escrever.
    Tenho num outro blogue que sugiro uma visita:
    http://sinfoniaesol.wordpress.com
    Aceita comentários, mas não seguidores.
    Voltarei.
    Bj.
    Irene Alves

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  4. Vim conhecer seu blog parabenizo pelo belíssimo poema
    Desejo uma feliz semana beijos , Evanir.

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