domingo, 1 de julho de 2012

... e foge...

Ofereceram-lhe o silêncio absoluto
sobe
e vai andando
dentro de um olhar
que não vê
disforme

encosta-se à firmeza alinhavada
de uma solidão
despida

veste-se de si
e corre
corre
mergulhada em relógios quebrados
e ponteiros dormentes

o céu muda de cor
e foge
foge
com o medo nas mãos

e os pés cobertos por buracos
em caminhos nus.

BL
17.10.10

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