domingo, 1 de julho de 2012

Lumes Acesos e Presos ao Chão


Sem solidão nem vestes cansadas
agarra o sol no rosto e um caminho
sem sinais de pontuação.

Depois de tão gastos
os olhos pararam
e o mundo corre agora voltado para o cheiro
a terra nascida
a lumes acesos e presos ao chão.

O céu está mesmo ali
ao alcance da mão
segredando as raízes das manhãs e a verde
respiração da vida.

Sem palavras que fiquem por dizer
deixa-se embalar pelas marés

voando no meio de chuvas geladas
escrevendo a casa entre as pedras ressequidas
e as sementes dos frutos que sonhou
nas portas das estradas.

BL
16.12.10





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