sábado, 30 de junho de 2012

Tecendo Fios de Lodo

Entre os silêncios de pedra
tatuados nas paredes,
nascem ecos redondos
germinados no meu corpo,
estéreis amontoados de sílabas,
feitiço de um sopro do tempo.

Ouço a respiração da noite,
o zunido da lua
difusa no ar
sem as carícias do vento.

A neblina fecha o horizonte,
acorrenta o rumor do mundo.

E os silêncios cerram o círculo
e os ecos agonizantes tecem os fios de lodo
e a voz alucinada não pára de dobar.

BL
26.04.10

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