domingo, 1 de junho de 2025

Avisa-me, quando eu puder saber o teu nome

 



Quando a noite for mais do que ausência

e eu souber ler o silêncio

nas entrelinhas do vento



quando as palavras deixarem de ser promessa

e o tempo não for apenas espera



quando a tua voz não for apenas um eco

e eu puder tocar a forma do instante

sem medo de que ele se desfaça



quando eu souber se a tua ausência é escolha

ou desígnio de algo maior



então

avisa-me.



Avisa-me

quando o tempo permitir

quando o vento decidir que já não é cedo

nem tarde demais.



Avisa-me.

Quando o nome já não for só palavra

mas gesto

pele

reconhecimento.



Sem medo.



Quando eu puder chamar-te

pelo teu nome



então

ficarei a saber que estamos

a flutuar

agarrados a este chão.










BL

01.06.25

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