Quando a noite for mais do que ausência
e eu souber ler o silêncio
nas entrelinhas do vento
quando as palavras deixarem de ser promessa
e o tempo não for apenas espera
quando a tua voz não for apenas um eco
e eu puder tocar a forma do instante
sem medo de que ele se desfaça
quando eu souber se a tua ausência é escolha
ou desígnio de algo maior
então
avisa-me.
Avisa-me
quando o tempo permitir
quando o vento decidir que já não é cedo
nem tarde demais.
Avisa-me.
Quando o nome já não for só palavra
mas gesto
pele
reconhecimento.
Sem medo.
Quando eu puder chamar-te
pelo teu nome
então
ficarei a saber que estamos
a flutuar
agarrados a este chão.
BL
01.06.25
Sem comentários:
Enviar um comentário