Existem palavras que ardem
antes de serem pronunciadas.
O teu nome.
Dentro do teu nome
comecei a riscar
as margens do mundo.
Com a caneta embriagada
de ausência
e a luz desligada
pela pressa dos dias.
A manhã encostava-se
às paredes
como um animal faminto
perdido entre a memória
e o instinto.
Nenhuma teoria me valeu.
Nem Freud
nem mapa astral.
O amor não cabe em esquemas
nem a dor se resolve
por equações.
Aprende-se tudo ao contrário.
Primeiro o fim
depois o presságio.
E entre os dois
o fumo
a engolir os pulmões
devagar
como quem aprende a morrer
por dentro.
Dizem que se pode morrer
de sede
no meio do mar.
Eu morri
de ti
com todas as letras
que te escrevi
e
que
nunca
soubeste
ler.
BL
25.06.25
"Dentro do teu nome
ResponderEliminarcomecei a riscar
as margens do mundo."
Coisa linda esses teus versos.