domingo, 8 de junho de 2025

Traz-me cor

 







Traz-me cor

enche-me o peito de madrugada

espalha incêndios na pele fria

desenha marés vivas

onde o silêncio me habitou.



Traz-me cor

como quem rasga o silêncio

como quem semeia tempestades

e colhe relâmpagos num mar a perder de vista.



Dá-me a febre das pétalas amarelas

o grito das folhas ao vento

a dança insaciável de sóis em fuga.



Que a luz consuma os meus medos

que os dias derramem desejo

que a noite se curve ao fogo

sem resistência.



Dá-me cor

e traz contigo esse fio de lume

que ainda arde nas entrelinhas


para fazer vibrar

o que nem sempre se nomeia.




BL

08.06.25








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