Traz-me cor
enche-me o peito de madrugada
espalha incêndios na pele fria
desenha marés vivas
onde o silêncio me habitou.
Traz-me cor
como quem rasga o silêncio
como quem semeia tempestades
e colhe relâmpagos num mar a perder de vista.
Dá-me a febre das pétalas amarelas
o grito das folhas ao vento
a dança insaciável de sóis em fuga.
Que a luz consuma os meus medos
que os dias derramem desejo
que a noite se curve ao fogo
sem resistência.
Dá-me cor
e traz contigo esse fio de lume
que ainda arde nas entrelinhas
para fazer vibrar
o que nem sempre se nomeia.
BL
08.06.25
Sem comentários:
Enviar um comentário