segunda-feira, 2 de junho de 2025

Não saias desta desordem das coisas

 






Não fujas.

Ainda há sentido no que se espalha

nos cacos que não se encaixam



mas brilham

na luz oblíqua do dia.



O caos sustenta o que pulsa

os objetos empilhados

sem ordem

ainda contam histórias de mãos que passaram

de vozes que permaneceram.



O que é harmonia

senão o intervalo entre dois desencontros?



Se tudo se alinha

onde sobra espaço para o que vive?



Não saias.

Fica na dobra do improvável



onde as coisas respiram

sem pedirem permissão.





BL

02.06.25








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