sexta-feira, 27 de junho de 2025

Ladainha do corpo aceso

 







Diz

corpo

onde começa o incêndio.



Diz

boca

o nome que queimaste.



Diz

pele

onde mora a ausência.



Arde.

Arde o que se cala.

Arde o que se lembra.



Repete

terra

a dor dos passos.



Repete

vento

o sopro que fugiu.



Repete

tempo

aquilo que não cede.



Arde.

Arde a voz.

Arde o toque.

Arde o altar do silêncio.



Clama

peito

por um céu que não responde.



Clama

gesto

por um fim que se recuse.



E o que sobra

reza.






BL

27.06.25








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