Ninguém toca o pergaminho intacto.
O papel
brando e impassível
esconde cicatrizes
que não se confessam.
No ventre de páginas desfeitas
sangram raízes de um nome esquecido
silabário rasgado em espinhos vorazes.
O algodão sufoca o verbo
repousa como véu sobre um tempo morto
[ fantasma mudo de histórias sem retorno. ]
Entre frestas
o silêncio trama a sua emboscada.
E a rosa
espectro pálido
devora o espaço
com a sua sede branca.
BL
10.06.25