sexta-feira, 16 de junho de 2017

No branco que sobra



Num emaranhado de cores escrever
um outono iluminado
a claridade
sem o peso do que foi dito.
Ser uma só fala
um sopro a alinhar a palavra
sem mãos salgadas.
Ser gesto urgente
folha
vento incandescente.
Ou talvez um pouco de tudo
rotação translação
força centrífuga
a vida
para além do corpo.
Num tempo improvável
recuperar texturas de ausência
nomes eternos
fragmentando cardos indecifrados.
Num movimento de asas
atravessar a fluidez do silêncio
ou a memória da luz.

No branco que sobra.

BL
16.06.17

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