segunda-feira, 8 de abril de 2024

Lá fora, cala-se a chuva

 


Lá fora
um claro-escuro imutável
como se o amanhã encenasse momentos
ocultos em cada domingo.
Todos os momentos são perfeitos para serem nuvens
eterna é a força do tempo
mas só agora me permito ouvir o silêncio
e libertar o corpo do desassossego das horas.

Adormeço ao sabor do vento
aguardando o ruído da vida
que sufoca sob um rio enregelado
e um céu crispado de solidão.

Lá fora
cala-se a chuva
e eu sento-me no horizonte a vender sonhos
a amadurecer versos
a partilhar as cores de um nada
entre o gélido olhar do infinito
e a sílaba ancorada nos mares desérticos da Lua.




BL
10.07.2011








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