terça-feira, 9 de julho de 2013

Maquinal_mente


Dói-me a inocência da pele, atravessada
por um beijo na face,
como se fosse o toque frio
de um inverno que se prolongasse
para lá do tempo ruidoso do silêncio,

um traço igual a qualquer beijo na face
num gesto amorfo de ninguém.

Gostava de ter ainda o sorriso onde se dissolviam paradoxos
ou espaços embaciados de sal. Onde
a transparência dos olhos nomeava a intimidade
dos rostos

e a pura articulação da voz permanecia
até onde se lançavam as nossas mãos.

BL

3 comentários:

  1. O sorriso como matéria de absoção, um escape para a alma.
    E as mãos chegarão onde o sentimento começa.
    Muito belo.

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  2. Maquinalmente deambulamos, intencionalmente nos procuramos...
    Sempre bem, Brígida!

    Beijo :)

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  3. "para lá do tempo ruidoso do silêncio", ficarão de nós, linhas de uma meada de ariana, de um fio de poesia, que no seu caso, é, confirmo-lhe, seda finíssima, propagação de luz "na transparência dos olhos".


    que lhe dizer?
    sua fã, sem margem a dúvida. saiba-me grata de cada leitura,

    fraterno abraço
    Mel

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