entre as margens onde o vento se afia
erguem‑se passos antigos
ecos de batalhas que nunca aprenderam a morrer.
alguém murmura:
coloca a noite sobre a pele
deixa que o lume secreto dos ossos
te conduza pelos corredores do invisível.
há um rumor de aves que não dormem
um pulsar escondido no fundo da água
como se cada gota guardasse
a memória de um voo interrompido.
e tu segues —
com o silêncio a abrir caminho
com a sombra a ensinar-te
que toda a viagem é também ferida
e toda a ferida [se escutada]
é uma porta para o regresso do mundo.
BL
30.12.25
Sem comentários:
Enviar um comentário