face erguida ao lume secreto onde os sonhos se oferecem ao
abismo
escrevo na noite como quem aprende a respirar
um sopro ardente que rasga a escuridão
relâmpago breve a incendiar a pele do mundo
há uma força que me recolhe do precipício
e me devolve ao chão intacto onde o silêncio floresce
ali recolho os sinais dispersos do fogo
e faço com a noite um pacto de sangue e sombra
amanheço então
flor súbita de sossego a abrir no limite do dia
enquanto a noite repousa no fundo do meu peito
e existir é apenas este gesto lento de acender o mundo por dentro
BL
21.12.25
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