No seio das raízes ocultas
gravadas no ventre da pedra
surgem germes imperturbáveis
que se prendem à pele do mundo
gravadas no ventre da pedra
surgem germes imperturbáveis
que se prendem à pele do mundo
densos fragmentos de palavras
sortilégio de um silêncio fértil
onde cada semente repousa
a aguardar o momento da explosão vital.
Sobre mim
o peso imóvel da montanha
um rumor profundo de minerais
dispersos no ar
partículas que flutuam
sem o consolo da água.
O horizonte ergue-se em rocha maciça
aprisiona o sopro do fogo
que se move
inquieto
sob a superfície.
aprisiona o sopro do fogo
que se move
inquieto
sob a superfície.
E os silêncios tornam-se muralhas
os ecos antigos desfazem-se em pó
fino e persistente.
fino e persistente.
E a voz telúrica
forte e ancestral
insiste em multiplicar-se
reverberando através das entranhas da terra
forte e ancestral
insiste em multiplicar-se
reverberando através das entranhas da terra
testemunhando a permanência
e a renovação silenciosa
no âmago do ser.
no âmago do ser.
BL
12.12.25
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