sábado, 27 de dezembro de 2025

Raízes do tempo

 




Caminho ecos antigos
no deserto transparente
da pele

a sombra a desfazer-se
no pulso

o murmúrio a crescer
no intervalo indeciso
dos passos.

Trago sementes
e ausências

não sei
onde pousar o gesto.

Arde o nome
entre as linhas

no delírio brando
dos instantes.

Poderia seguir
rastos de vento

não sentir o peso
da terra

se me fosse permitido
calar
a lembrança de um rosto

que por dentro me chama
e me reconhece

e na lentidão de um lago
tece sonhos antigos

raízes que procuram luz

a abrirem um tempo

suave

s.u.a.v.e.




BL

27.12.25







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