Esta noite
decidi nadar no
céu.
As nuvens eram feitas de vidro
e um peixe
com asas de papel
ensinou-me a
respirar palavras.
A cidade flutuava
cheia de portas sem
casas
e janelas que mostravam
memórias
de quem nunca
existiu.
No quarto
em espiral
as paredes
conversavam baixinho
em dialeto de
sombras
e o chão pedia-me
para andar de costas.
Vi-me ao espelho.
Era uma árvore com
corações pendurados
cada pulsação um
poema esquecido
que o vento lia em
voz alta.
E quando acordei
sob um teto de
aurora boreal
soube que os sonhos
só existem
para nos ensinarem
a acordar devagar.
BL
23.08.25
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