Não
era falta.
Era húmus.
Matéria antiga
a
respirar sob os pés.
O
cheiro subia em espirais
como se a memória tivesse raízes
e a ausência germinasse em cada gota que caía.
Era o chão que falava
num dialeto de silêncios
de folhas que tocaram corpos
e nunca esqueceram o contorno.
Tudo era lento.
Como se o tempo
encharcado
escorresse pelos sulcos da pele.
E eu
meio lama
meio lembrança
ouvia a chuva falar
em sílabas estranhas
como se guardasse segredos
que só o vento entendia.
BL
16.08.25
Sem comentários:
Enviar um comentário