terça-feira, 5 de agosto de 2025

Carta ao vento

  






Hoje

vi-te passar.

 

Tinhas o passo vagaroso

como quem conversa com as pedras.

 

Levaste contigo

o cheiro da manhã

e uma saudade amarrada aos dedos.

 

Não me viste.

Mas deixei-te esta carta

pendurada no ar.

 

Se te tocar no ombro

saberás que há quem te vê

com olhos de árvore.






BL
05.08.25








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