sexta-feira, 6 de maio de 2016

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A preocupação. Que deixou de ser preocupação. É que, por detrás de uma preocupação, existem possibilidades. E, dentro daquilo que passa por ela, não se vislumbram limites. É como se caminhasse em círculos, sem princípio ou fim, em torno de uma desesperança.

O silêncio. Que se pode sobrepor ao zumbido do frigorífico. Ou ao da arca frigorífica. Ou aos estalidos das madeiras. Ou às quedas dos pequenos objetos que a T vai limpando e deixando cair, no piso de cima.

O silêncio. Que pode ser um silêncio limpo, muito quieto, por baixo dos sons da chuva miudinha. Música pura, dentro do pensamento. Ou o pensamento a sorrir.

O silêncio. Que pode ser um silêncio feroz, a vir do interior do pensamento, a latejar -lhe dentro dos ouvidos.


BL

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