domingo, 25 de outubro de 2015

E eu não sei do tempo que passou


Devo ter sido isso. Uma parte de mim

como quem acontece a medo

entre o que se diz e o que se queria fazer.

Escrevo o desassossego dos espaços cheios
como se me fossem um lugar natural

em que as coisas deixam de ser sempre as mesmas
entretantos
ou sopros no vazio.

E poder dizer que dos meus olhos
saem caminhos. Construir
pontes com as palavras que faltam.

Hoje choveu.

A água atravessou a luz
e eu não sei do tempo que passou.

BL
25.10.15

1 comentário:

  1. Belo final.
    "Hoje choveu
    a água atravessou a luz
    e eu não sei do tempo que passou."
    Contudo, e apesar do desassossego, as pontes vão surgindo. Ou talvez por isso.

    Um beijinho :)

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