quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Semeador de infinitos



Deixa-me chegar perto.
Reinventar palavras antigas
e assumi-las
na primeira voz da manhã.

Magoada
talvez
cansada do silêncio do olhar
ou de um espaço inajustável
à epiderme da luz.

Tão frágil
a vida.
Um rio suspenso sobre a tela
a antecipar os braços fortes
do pintor.

Deixa-me pronunciar a cor
sem sobressalto
e deslizar um tempo vigilante
por dentro da raiz inicial.

Semeador de infinitos
poderás invocar o traço original.

Nascente e foz da utopia
movimento da voz
a crescer sobre as paredes da memória.

A aceitar o secreto e imperecível apelo da casa.

BL

3 comentários:

  1. ... e assim correm os rios

    à pergunta dos azuis

    do ventre até à foz

    ResponderEliminar
  2. Tão frágil é a vida!O pintor não pode falhar...
    Belos momentos de poesia Brígida!

    Beijinho com amizade!

    ResponderEliminar