terça-feira, 7 de maio de 2013

... ou o insustentável cansaço da palavra gasta




As águas desalinhadas
a correrem nos andrajos do tempo
que oscila
suspenso
encharcado
no desconforto das árvores.


A voz rouca do vento
a plantar mitos e luas
sob a melancolia da pedra.


A luz
dispersos fios de sol
em tarde árida
a arrastar um vazio de nada
para dentro do verso.


O silêncio da escrita
ou o insustentável cansaço
da palavra gasta
no inverno tão sem fim
das longas esperas.


BL

8 comentários:

  1. O silêncio da escrita traz a tona tão belas poesias! abraços

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  2. a poesia sempre ou quase sempre traz em si,
    o árido tempo...
    o tempo, que corre devagar,e gasta a palavra pelo cansaço,
    a esperança existente,ela que nos faz esperar...

    gosto da tua poesia

    beijinho :)






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  3. Uma escrita compassada, sedutora que nos deixa com vontade que o poema não termine.
    Bjs

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  4. Há sempre uma luz

    no outro lado do cais

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  5. Há sempre uma luz

    no outro lado do cais

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  6. Há sempre uma luz

    no outro lado do cais

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  7. A palavra alonga-se em longas esperas
    Dissoluções esféricas na métrica do verso

    "As águas desalinhadas
    a correrem nos andrajos do tempo
    que oscila
    suspenso
    encharcado
    no desconforto das árvores."

    Belo e tocante

    Como sempre é tua poesia

    Bjo.

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  8. A tua poesia tem um tempo único

    Aquele em que ficamos em alma

    No silêncio fértil das tuas palavras...

    Ler-te é sempre uma viagem encantadora!

    Beijinho,querida Brígida!

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