quarta-feira, 29 de maio de 2013

Lamento



Eras o tempo em que guardei todas as chaves
dos segredos que nos sabiam dentro,
como quem entrega o chão e confia o corpo
à linha azul que dos teus olhos partia


e me era leito,
e rio,


de abrigo, o porto.

Mas quando a cor avermelhou a madrugada
e o sopro dos teus lábios tocou os meus cabelos,
de abril seria a flor que então murchou.


Ao arrepio do tempo,
a dor,
o lamento,


a utopia,
a raiz sonhada.


BL

4 comentários:


  1. [da madrugada,

    se fizeram cinzas ao vento
    pela manhã,
    primeira guardiã do tempo.]

    um abraço,

    Lb

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  2. Cheguei aqui por acaso. Parabéns por este espaço, onde do sonho se faz poesia...:)

    Deixo um abraço amigo!

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  3. E todas as chaves serão tuas,
    e todos os lamentos podem( ainda) ser
    mais que murchas flores
    de uma utopia.

    Um beijinho, Brígida!
    Renovo o prazer de te ler.

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  4. De cor me sabia o céu
    Mas as tempestades mataram as flores
    E fizeram-se lembrança, ainda sonhada.

    Gosto muito de te ler.
    Bela tua poesia.
    Beijinho

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