quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A Luz Fragmentada



Os olhos a falarem. Em ecos
de um verde quente
a lavarem o fundo das águas
a levarem o lodo
que decompõe
a estrada.
Nos lábios
a luz.
Em reflexos intermitentes
de visões não prescritas.
A luz
e os braços atados ao corpo
num movimento inerte
de almas presas.
A luz
e um silêncio sem norte
a habitar os corpos.
A luz
e as mãos a perderem de vista
os significados das palavras
dentro de um tempo em que
exangue
o silêncio chora.


BL

11 comentários:

  1. Olá, Amei sua poesia, as lágrimas do tempo são silenciosas, abraços

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  2. Mas também o silêncio nos ensina verdades imensas.
    Belo texto
    Cpts,
    Armando Sena

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  3. O tom melancólico
    E a forma como o verso se diz
    (que tantas vezes encontro na tua poesia)
    inquietam e movem

    como por ex

    "a luz.
    Em reflexos intermitentes
    de visões não prescritas.
    A luz
    e os braços atados ao corpo
    num movimento inerte"

    Belo.

    Bjo.

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  4. Nos olhos, a luz tem outra grandeza. Nasce dentro do reflexo, no lugar das sombras e da depuração das lágrimas.

    Embora te encontrei, ou tu me descobriste...

    Um beijinho

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  5. Às vezes, faz falta um acendedor de estrelas.

    Um beijo

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  6. Querida Brígida,

    A luz no seu poder transmutador e transformador de realidades

    cristalizadas em sombras...

    A luz refletida em espaços construidos de significados...

    A tua poesia é um espaço-luz de belos significados!!

    Eu estava um pouco ausente e saudosa de ler-te!

    Beijinho.

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  7. Por vezes há algo que se insinua, mas que quase sempre se esvai por entre os dedos. os olhos, contudo, dão conta desse registo, ainda que efémero...

    Beijo :)

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  8. ...quantas coisas lemos, no silêncio de um olhar!
    lemos tudo, o que a boca cala...

    belo!!

    magnólia

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  9. o silencio que se faz em imagens,
    que se desfragmenta

    muito belo!

    Beijo

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  10. Você escreve com melancolia doce e sem rancor.
    Com suave palavras.

    Beijos!!

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