domingo, 30 de setembro de 2012

Traços


O lamento das águas
no silêncio dos olhos


[ veludo e aço ]

a imobilidade da tela a recolher
nos dedos as grades dos dias
a opacidade do pensamento.


Caem na terra palavras insuficientes
negras gotas de orvalho
nuvens de mágoas
indecisos laços
despedida.


Folhas breves
imprecisos passos


[ veludo e aço ]

ao lado do vento.

Assim o chão
a luz parda a escorrer na superfície
das horas
solidão do tempo


sombras

traços.

BL

5 comentários:

  1. Gosto imenso desta escrita que nos proporciona uma leitura pausada e nos convida ao recolhimento.

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  2. Brígida,
    Sua poesia nos leva à reflexão dos traços que a vida nos impõe.Bela colocação de palavras que compõe tão belo poema.
    Você é uma poeta em potencial.
    Beijos!

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  3. A distância que mede e separa o tempo
    O lamento das águas
    As insuficientes palavras
    E a superfície que escorre a destempo

    Versos de veludo e de aço

    Boa poesia

    Bjo.

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  4. A solidão humana em passos,o silêncio que carrega emoções

    cristalizadas e cada traço-vida em movimento solitário...

    Brígida,a tua poesia toca profundamente a minha alma... Por isso,

    os meus passos sempre aqui na tua imensa poesia-arte-vida.

    Beijos,querida.

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  5. " ao lado do vento"

    em sintonia, a voz emudecida do corpo estende-se na sombra de todas as palavras que não se encontram, para dizer o que não se sabe mas que nos pesa.

    Um beijinho, Brígida

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