quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O tempo nada sabe de mim


Há uma ponte que me atravessa
uma cidade debruçada sobre o rio
a chamar-me
de dentro das manhãs
onde guardo o tempo.

De nada me serve
correr por entre as nuvens
encerrar todas as dúvidas
e temores
numa lua cheia de olhares de outrora.

O tempo nada sabe de mim
desconhece que eu sou
um silêncio anónimo
a vencer-me neste lado do mar
enquanto a cidade canta
num bailado de luz
escreve a história em paredes subterrâneas
esquece as horas
apaga o tempo
e recolhe nos lábios
as chuvas que caem dos dias
em sussurros de águas memoriais.

BL

2 comentários:

  1. Há uma ponte que liga o passado e o futuro

    “Porque esqueci o tempo”

    Bela poesia.
    Gosto muito de te ler.
    Beijo

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  2. Mesmo que as palavras sejam cheias de silêncios,que nada caiam as pontes entre nós...

    A. Luz

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