terça-feira, 28 de agosto de 2012

Ausência



É de borboletas que falo. E de azuis ziguezagueantes
num tempo de voos ardentes
e sorrisos vagabundos
que ruíram
magoados
no fogo cintilante do horizonte.

É de borboletas que falo. E de asas singelas
inconscientes
vestidas de regaços quentes
a esvoaçar para fora dos meus olhos
à procura das horas
bordadas a fio dourado de utopia.

É de borboletas que falo. E de incertezas dormentes
onde fiquei aprisionada na espera pendurada
dos gestos puros do nascer do sol
que libertassem do silêncio
a pele que esvaziei
quando me desabitei
ausência
no lado de lá do vento.

BL

7 comentários:

  1. É um grande voo de borboleta a sua poesia, linda! abraços

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  2. Belo poema! Imagético...

    É de borboletas que aqui se fala e é tanto!

    Lídia

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  3. Um excelente texto, ele própria em forma de borboleta.
    Muito bonito.

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  4. O ser e sentir borboleta(em liberdade),as transformações

    vivenciadas em silêncio,que levam ao voo em direção a luz...

    Belo poema que nos transmite uma sensação libertadora.

    Ps:Adoro as borboletas azuis!

    Beijo.

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  5. Tantas são as feridas ocultas sob o movimento colorido e sereno das asas de uma borboleta.

    Borboletas... metamorfoses de céu e terra a rasgar poemas do lado de dentro dos olhos.

    Lindo!

    Um beijinho

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  6. São de transformações, de almas,
    de transições que falo...do voo que me falta ter coragem de enfrentar,


    adoro borboletas e o seu significado.

    belíssima tua poesia!

    Beijo

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