um sopro de vidro
estilhaça
o tempo
escorre em véus
entre os dedos
que já não tocam
a memória descalça
caminha
pelo chão onde o azul
se esqueceu
há um eco
que não se cala
no fundo
da chávena vazia
o corpo desaprende
o gesto
e a sombra
aprende a ficar
a casa respira em
branco
os móveis fingem presença
a luz hesita
no contorno
da ausência
que se senta
um gato observa
o nada
com olhos de quem sabe
que o mundo se parte
sem ruído
BL
16.09.25
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