O vazio dança
entre as paredes.
A luz a entrar
oblíqua
pela cortina
rendada.
O ranger do
soalho conta histórias
e o relógio murmura os minutos
com voz de avô.
O eco de passos
que já não voltam
e o aroma quente que abraça os móveis
O café a fumegar
na chávena de
porcelana gasta.
A memória da
tua mão
a servir-me
e o teu riso
a morar no
silêncio da casa.
O cheiro de
domingo
[bolo de
laranja e café forte]
a cozinha cheia de sol
e saudade.
A saudade.
Um bordado antigo
no encosto da
cadeira.
BL
06.09.25
Sem comentários:
Enviar um comentário