segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Os berlindes da solidão

 






Os bolsos cheios de berlindes

às cores

de palavras

e de dores.



Não utilizava a palavra

em zonas de argumentação.

Cheio de silêncios



baixava o olhar

a procurar um grão

de culpa alheia



ou de solidão

para sacudir das pernas das calças

ou das solas dos sapatos.



Sem traçar planos

saía para captar um plano



que guardaria

na gaveta do esquecimento.



Entrelaçava o tempo

em mágoas

e o que não teria de fazer.



E os berlindes às cores

à beira do abismo.


No vidro da mesa o reflexo da queda

a fuga.



Sem crença de salvação

a queda ficou à espera.



BL

05.01.25






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