sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Falésias de sal

 








O horizonte geme chamas

sobre as águas.


Na ilusão de uma crença onde te abrigues

soletras sílabas de incerteza

num gesto distraído

à boca da noite.


Caminhas sobre o silêncio

falésias de sal

preso ao enigma do crepúsculo.


Encandeado pelo limbo das estrelas

traças mapas de viagens


[ inocência dos pássaros que te atravessam ]


e acendes verbos no poema.


Sacodes o orvalho do rosto

percorres os olhares povoados de mar.


Próximo e distante

afundas o teu coração

na cumplicidade das veias.


A metamorfose das águas

cabe agora nas tuas mãos.



BL

05.01.24











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