segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Em (des)equilíbrio

 





Os meus passos perdem o equilíbrio

quando roídos pelo desequilíbrio dos dias

que apenas morrem 

como se fossem pedras paridas por um poemário

em que o sol se deita quando nasce.


Pergunto-me pelos fios de luz das manhãs

pela maciez do rio que entrava pelo espelho


pergunto-me pelo dia ornado de laços

e sorrisos de natal

pelo dia em que o vento me possa trazer fitas de malmequeres

e o meu rosto não reflita

o sal invisível dos pedaços de palavras.


Pergunto-me pelo tempo 

em que ainda venha a tempo de marcar encontro comigo

de me perguntar por mim mesma

e rasgar as grades prisioneiras dos medos

no reequilíbrio do gesto.




BL

08.12.11











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