Os meus passos perdem o equilíbrio
quando roídos pelo desequilíbrio dos dias
que apenas morrem
como se fossem pedras paridas por um poemário
em que o sol se deita quando nasce.
Pergunto-me pelos fios de luz das manhãs
pela maciez do rio que entrava pelo espelho
pergunto-me pelo dia ornado de laços
e sorrisos de natal
pelo dia em que o vento me possa trazer fitas de malmequeres
e o meu rosto não reflita
o sal invisível dos pedaços de palavras.
Pergunto-me pelo tempo
em que ainda venha a tempo de marcar encontro comigo
de me perguntar por mim mesma
e rasgar as grades prisioneiras dos medos
no reequilíbrio do gesto.
BL
08.12.11
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