terça-feira, 8 de dezembro de 2015

As vozes

Aqui, onde os declives se desvendam
e os dedos se estendem em réstias de luz
para dentro da terra,

[ em desassossego de vozes e sementes ]

e os teus olhos me aquietam na solidão
dos rios que gemem

sob as águas paradas,

aqui me reconheço sede, a soletrar as aves
que envelhecem,

ponteiros mortos de um tempo
atravessado de luz tardia, em que os horizontes

se confundem e se habita pela metade
os nomes dos dias,

na orla de tudo

[ ou de nada ]

onde a viagem irreversível se inicia.

BL

1 comentário:

  1. Olhar para o princípio do declive é parar a meio. A viagem vale pelo todo, Brígida, cada partícula é parte integrante para ser vivida até ao fim.
    (Gosto da sua poesia, oh se gosto!)

    Um beijinho :)

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