Nunca sei se é sobretudo o medo
ou o choro da noite
aquilo que sobressalta
os fiapos de luz por onde
indecisa
se vai movendo a madrugada.
Por dentro da espessura
da chuva
a rua
é um tempo de cicatrizes
renúncias humedecidas no chão
de vidas imaginárias
máscaras
mandatárias de histórias
que não são as suas.
Ajusto o corpo aos contornos das palavras. Abrigam-me
algures
nos vidros da janela
e acrescentam ao silêncio
que me sobra
o sonho
[ou desengano
das molduras de afetos
[e de ausências
que me cabem dentro dos dias.
BL
A tua poesia tem sempre versos que me detêm como alguém se detém na presença da arte rara
ResponderEliminar"Nunca sei se é sobretudo o medo
ou o choro da noite
aquilo que sobressalta"
"Por dentro da espessura
da chuva
a rua
é um tempo de cicatrizes
renúncias humedecidas no chão"
"Ajusto o corpo aos contornos das palavras. Abrigam-me
algures"
três exemplos de excelência (profundidade, sublimação) que são irrecusáveis
e nos projectam para outra dimensão
A da verdadeira Poesia
Muito bom
Bjo.
Um dia saberemos
ResponderEliminarpara lá do azul
Mais um poema belo por excelência. Sublime, profundo até nas entrelinhas...
ResponderEliminarParabéns, por mais esta expressão de criatividade poética...
Beijinhos e boa semana!!
Muito bela a sua poesia! Bj Ailime
ResponderEliminar